Tijuca encerra a noite com desfile bonito e sem surpresas

Por blog alalaô

DO RIO

Última a desfilar na noite deste domingo (7), a Unidos da Tijuca conseguiu prender a atenção da platéia com um desfile plasticamente bonito, mas sem surpresas.

A escola fez um carnaval louvando a agricultura –e a palavra “louvar” se justifica pelo tom religioso do desfile e do samba.

O abre-alas representava a criação do homem pelo barro. O samba era repleto de referências ao céu e ao sagrado.

Conhecida por pensar primeiro no patrocínio e a partir dele, no enredo, a escola ficou de mãos abanando neste ano de crise econômica. O alvo original era a cidade de Sorriso, no Mato Grosso, grande produtora de soja.

A falta de patrocínio, no entanto, não chegou a ficar aparente no desfile, que teve fantasias e carros bonitos e bem acabados.

A escola apostou na coreografia dos componentes nos carros, mas faltaram surpresas ao desfile.

Na plateia, o público comentava que a Tijuca fora a única capaz de brigar pelo título de melhor da noite com a Beija-Flor, que fez desfile considerado impecável.

“Gostei de ver os detalhes dos carros da Tijuca, e as fantasias também estavam muito bonitas. Foi quase desfile de moda”, brincou Renata Lemos, 40.

Antes da Unidos da Tijuca, passaram pela Sapucaí a Estácio de SáUnião da Ilha do GovernadorBeija-Flor e Grande Rio e Mocidade Independente de Padre Miguel.

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FICHA TÉCNICA

Enredo “Semeando sorriso, a Tijuca festeja o solo sagrado”

Carnavalescos Mauro Quintaes, Annik Salmon, Hélcio Paim e Marcus Paulo

Diretor de Carnaval e Harmonia Fernando Costa

Intérprete Tinga

Mestres de Bateria  Casagrande

Rainha de Bateria  Juliana Alves

Mestre-Sala Julinho

Porta-Bandeira Rute

Comissão de Frente  Alex Neoral


“Semeando sorriso, a Tijuca festeja o solo sagrado”

Sou eu… Do barro esculpido pelas mãos do Criador
Sou eu… Filho dessa terra germinando amor
São lágrimas que caem lá do céu
São raios desse sol em meu olhar
Ao ver a agricultura do Brasil em meu Borel
Sagrada natureza a nos abençoar
Brota o suor que escorre na enxada
Ara, planta, colhe em devoção
E “ver de” perto a cria alimentada
Flores que aquarelam a região

Sou matuto sonhador em louvação
Lá no meu interior, a viola dá o tom
Vendo o campo colorido
Cai a noite a me envolver
Vou rogando ao Pai querido
Pra colheita florescer

Vou levantando a poeira da terra
Que aterra a magia do grão
Fertilidade é a arte do homem que cuida
Protege seu chão
Um oásis de conhecimento
Pro país é um exemplo, a tal “capital”
O meu negócio é isso, seu moço
“Sorriso” no rosto
Por esse meu mundão rural
Semeia… A minha raiz
Clareia.. Um belo matiz
O dia vai raiar e o povo há de cantar feliz

Salve! A Mãe Natureza, a luz da riqueza
O dono da terra… A inspiração
A Tijuca festeja, o solo sagrado em oração!

Autores: Dudu Nobre, Zé Paulo Sierra, Claudio Mattos e Gustavo Clarão