LUCAS VETTORAZZO
DO RIO
A Beija-Flor cruzou a avenida com um desfile sem erros, luxuoso, mas que não chegou a empolgar o público. A escola contou a história do marquês de Sapucaí, que dá nome à passarela do samba do Rio.
A agremiação, que foi a terceira a desfilar, homenageou também a cidade de Nova Lima, município da região metropolitana de Belo Horizonte (MG), que já se chamou Congonhas do Sabará.
As primeiras alas falavam do ciclo do ouro e as fantasias fizeram jus ao tema– quase toda a primeira metade da escola, com três carros e cinco alas, era dourada. Em seguida outras cores apareceram na avenida.
O quinto carro, chamado “O Marquês pelo Brasil”, trouxe referências brasileiras, com figuras representando, por exemplo, o negro e o sertanejo, e alegorias em verde e amarelo. Cândido José de Araújo Viana, o Marquês de Sapucaí, foi um político e poeta brasileiro do século 19.
Apesar da crise, que obrigou as escolas em geral a substituir materiais, o desfile foi luxuoso. A escola trouxe uma inovação: usou um drone para monitorar a entrada dos integrantes e carros.
“Fizemos um bom desfile. Todos entenderam o enredo e cantaram o nosso samba”, disse Adilson Barreto 54, integrante da direção de harmonia.
Nas arquibancadas, o público agitava bandeiras da agremiação e cantava o refrão que fazia referência à escola que é uma das maiores campeãs do Carnaval, com 13 títulos.
“Sou Beija-Flor / na alegria ou na dor / a deusa da passarela / é ela! / Primeira na história do Marquês / na Sapucaí é soberana / de fato nilopolitana”, diz o samba enredo.
“Pra ganhar o Carnaval tem que ganhar a Beija-Flor”, afirmou o integrante da velha guarda Carlos Antônio Silva Tomé, 59, 40 dos quais na escola.
Antes de entrar, a madrinha da escola, Cláudia Raia, disse estar vivendo um misto de alegria e nervosismo, a despeito da experiência.
“Olha esse público! Não tem como não ficar nervosa, mas tudo passa quando a gente entra na avenida”. Raia desfilou na frente do quarto carro, onde um dragão cuspia fumaça.