alalaôBlocos de Rua Rio – alalaô http://alalao.blogfolha.uol.com.br Mon, 15 Feb 2016 04:00:53 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Na despedida do Carnaval, Monobloco reúne 350 mil no Rio http://alalao.blogfolha.uol.com.br/2016/02/14/na-despedida-do-carnaval-monobloco-reune-350-mil-no-rio/ http://alalao.blogfolha.uol.com.br/2016/02/14/na-despedida-do-carnaval-monobloco-reune-350-mil-no-rio/#respond Sun, 14 Feb 2016 17:25:54 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/1501572.gif http://alalao.blogfolha.uol.com.br/?p=6202 FELIPE DE OLIVEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

Um dos últimos blocos a desfilar na despedida do Carnaval carioca, o Monobloco levou cerca de 350 mil pessoas às ruas do centro do Rio neste domingo (14), de acordo com estimativas da Riotur.

Sob sol forte e muito calor, os foliões lotaram o percurso da rua Primeiro de Março até a avenida Presidente Antônio Carlos.

Para Emanuelle Araújo, coroada como a primeira rainha de bateria do bloco, a experiência foi inesquecível.

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“Nossa, pra mim foi sensacional. Uma experiência incrível. Sempre sonhei em participar do carnaval do Rio e realizei esse desejo. Foi um Carnaval que nunca vou esquecer”, afirmou a musa, que também cantou durante o desfile.

Para Fernando Costa, 24, que foi acompanhado por dez amigos fantasiados de “super girl”, o desfile foi melhor que o ano anterior. Já é o quinto ano seguido que ele participa do Monobloco.

“Neste ano, o policiamento parece que foi reforçado, não vemos tantos roubos e não houve nenhuma grande briga. Foi uma ótima festa”, elogiou.

Mesmo com diversos banheiros químicos instalados no percurso do bloco e sem filas, a reportagem presenciou diversos foliões urinando na rua. A multa por urinar na rua é de R$ 510, valor três vezes maior do que no ano passado.

ATENDIMENTOS


A Secretaria Municipal de Saúde realizou 3.219 atendimentos do início do Carnaval até as primeiras horas de domingo (14), somando os blocos de rua e os desfiles das escolas de samba na Marquês de Sapucaí.

Ao todo, 132 pessoas precisaram ser transferidas para unidades de saúde. As principais causas de atendimento foram mal-estar provocado pelo calor e pequenos traumas.

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Bloco da cantora Anitta leva 180 mil ao centro do Rio http://alalao.blogfolha.uol.com.br/2016/02/13/bloco-da-cantora-anitta-leva-180-mil-ao-centro-do-rio/ http://alalao.blogfolha.uol.com.br/2016/02/13/bloco-da-cantora-anitta-leva-180-mil-ao-centro-do-rio/#respond Sat, 13 Feb 2016 16:32:46 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/1501572.gif http://alalao.blogfolha.uol.com.br/?p=6150 PAULA LAUREANO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
 
A estreia do Bloco das Poderosas, da cantora Anitta, atraiu cerca de 180 mil foliões neste sábado (13) ao centro do Rio, segundo estimativa da Riotur. 
 
O cortejo começou por volta de 9h30 na rua Primeiro de Março. Também se apresentaram o funkeiro Nego do Borel, a Banda Eva e a bateria da Mocidade Independente de Padre Miguel.
 
Cantoria Anitta em bloco no Rio
Famosos como as atrizes Monique Alfradique e Giovanna Ewbank participaram do evento no trio elétrico da cantora. O público dançou muito ao som de sucessos como “Bang” e “Essa Mina É Louca”. 
 
O estudante Jhonathan Gomes, 22, morador da Baixada Fluminense, elogiou o bloco. “Não está tão cheio, não vi brigas nem arrastões. E o melhor: tem espaço para dançar!”, festejou. 
 
Segundo a Polícia Militar, foram registradas poucas ocorrências, a maioria por furtos e pequenas brigas. A reportagem presenciou um princípio de tumulto em torno de 12h, que foi logo dispersado. 
 
Uma hora antes, Anitta havia agradecido ao público pela tranquilidade. “Não teve briga, nem confusão. Vocês são da paz, maravilhosos”, disse.
 
Alguns fãs viajaram para ver a cantora, como Elizabeth Mattos, 23, de Bauru (SP). Ela disse ter perdido o emprego de atendente de call center para ver Anitta. “Ainda nem assinei a carta de demissão”, contou.
 
Muitos pais levaram crianças para o bloco. Tatiane Avelar, 37, levou o filho Lucas, 3. “Adoro muvuca, sempre gostei do Carnaval carioca, mesmo antes de ser mãe. E amanhã tem mais, tem Monobloco!”, animou-se. 
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Foliões acusam Guarda Municipal de agressão em bloco no Rio http://alalao.blogfolha.uol.com.br/2016/02/13/folioes-acusam-guarda-municipal-de-agressao-em-bloco-no-rio/ http://alalao.blogfolha.uol.com.br/2016/02/13/folioes-acusam-guarda-municipal-de-agressao-em-bloco-no-rio/#respond Sat, 13 Feb 2016 16:27:22 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/1501572.gif http://alalao.blogfolha.uol.com.br/?p=6142 ISABELA DIAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

 

Três foliões foram detidos pela Guarda Municipal ao fim de um bloco de Carnaval no centro do Rio, na madrugada deste sábado (13). Participantes do cortejo acusaram os guardas de abuso de poder e agressão.

A confusão ocorreu por volta das 6h na praça Mauá, perto do recém-inaugurado Museu do Amanhã. O Technobloco estava nas ruas do centro desde as 22h de sexta (12).

“Nós estávamos na praça Mauá quando chegaram duas vans com vários guardas que pareciam estar vestidos para a guerra, com escudo, capacete e cassetete”, contou o cozinheiro Victor do Espírito Santo, 25.

Segundo ele, as agressões começaram depois que o bloco se aproximou dos cerca de 30 guardas, que usaram gás pimenta para dispersar os foliões.

“Tomei uma cacetada no braço e uma na costela e caí no chão, com muita dificuldade para respirar. A gente estava tocando e cantando numa boa e começou a porrada. A gente só apanhou, não houve revide”, disse o cozinheiro.

O jornalista Bernardo Tabak, 40, foi um dos três detidos sob acusação de desacato à autoridade. Ele disse ter sido agredido quando filmava a ação dos guardas.

“Não devia ter mais de mil pessoas no bloco. Ninguém fez nada, não teve bagunça nenhuma. Estávamos simplesmente nos divertindo na praça Mauá”, afirmou.

“Comecei a filmar e pegaram meu celular, jogaram longe e pisotearam. Tomei cassetete na perna, no braço e na coxa, recebi voz de prisão sem reagir em nenhum momento e fui colocado em um camburão com outras duas pessoas. Vou fazer exame de corpo de delito. Foi violência gratuita”, disse Tabak.  

Os três detidos foram encaminhados à 5ª DP (centro) sob acusação de desacato à autoridade. Todos foram liberados.

Em nota enviada à Folha, a Guarda Municipal afirmou que “acompanhava normalmente o evento” e que o tumulto “ocorreu após um grupo tentar depredar a praça e o entorno, quando os guardas tentaram impedir e foram hostilizados”.

Ainda de acordo com a nota, “há registros de lixeiras destruídas, tentativa de pichação dos equipamentos da praça e depredação do mobiliário”. A Guarda não comentou as acusações de abuso de poder e agressão a foliões.

 

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Números de acidentes e mortes nas estradas federais caem no Carnaval http://alalao.blogfolha.uol.com.br/2016/02/12/numeros-de-acidentes-e-mortes-nas-estradas-federais-caem-no-carnaval/ http://alalao.blogfolha.uol.com.br/2016/02/12/numeros-de-acidentes-e-mortes-nas-estradas-federais-caem-no-carnaval/#respond Fri, 12 Feb 2016 14:53:25 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/1501572.gif http://alalao.blogfolha.uol.com.br/?p=6128 GABRIEL MASCARENHAS
DE BRASÍLIA

O Carnaval deste ano terminou com 106 mortos em acidentes de trânsito nas rodovias federais do país, número 8,6% menor do que o registrado no mesmo período de 2015.

De acordo com o balanço divulgado pela Polícia Rodoviária Federal nesta sexta-feira (12), houve queda de 58% na taxa de batidas consideradas graves –quando ao menos uma pessoa morre ou fica gravemente ferida. Esse percentual é calculado levando-se em consideração o total de acidentes desse tipo por milhão de veículos em circulação.

Ainda segundo a Polícia, os índices de ocorrências nas estradas federais alcançaram a meta estabelecida pela ONU (Organização das Nações Unidas) de redução em 50% do quantitativo de mortos no período de 2010 a 2020.

Presente à divulgação dos dados, em Brasília, o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) classificou o balanço de feriado deste ano como o melhor das últimas décadas. “De 2011 para cá, há uma queda brutal. Quando peguei o ministério, era uma linha ascendente (de acidentes), isso nos preocupava. Agora, há numa linha descendente, superando as nossas expectativas”, comemorou Cardozo.

A PRF registrou 185 colisões graves durante o Carnaval, bem abaixo das 413 vistas no feriado do ano passado. O número de feridos também reduziu: de 1.849 para 1.643, neste ano. O quantitativo absoluto de acidentes, de maior e menor dano, passou de 2.824, em 2015, para 1.704.

EMBRIAGUEZ

A Operação Carnaval durou de sexta (5) a quarta-feira (10) e flagrou 1.347 motoristas embriagados, sendo que 162 acabaram presos por apresentarem índices de alcoolemia superiores a 0,3 miligrama por litro de ar. Nesses casos, a pena varia de seis meses a três anos de prisão, e a multa cobrada a quem dirige sob efeito de álcool é de R$ 1,9 mil.

“Fizemos importantes modificações nessa área de legislação e intensificamos a fiscalização. Não adianta haver a lei se não houver fiscalização preventiva, então pessoa não bebe porque sabe que pode haver fiscalização ali na frente”, comentou o ministro.

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Blocosfera: É importante sair de si (e dos caminhos conhecidos) no Carnaval carioca http://alalao.blogfolha.uol.com.br/2016/02/11/blocosfera-e-importante-sair-de-si-e-dos-caminhos-conhecidos-no-carnaval-carioca/ http://alalao.blogfolha.uol.com.br/2016/02/11/blocosfera-e-importante-sair-de-si-e-dos-caminhos-conhecidos-no-carnaval-carioca/#respond Thu, 11 Feb 2016 04:00:50 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/1501572.gif http://alalao.blogfolha.uol.com.br/?p=6099 ANTONIA PELLEGRINO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Nunca fui foliona por incapacidade: Carnaval demanda consistência —sou rainha de queimar a largada. Carnaval exige o profissionalismo da garrafinha d’água entre drinques, agenda dos blocos, bateria carregada pro compartilhamento de localização, prato com proteína pra segurar a jornada, tênis confortável e pochete.

Já me joguei, já fugi. E, depois de três anos entre duas gravidezes e respectivas amamentações, correndo o dedo no Instagram e invejando amigos a ocuparem a cidade, redescobri o Carnaval.

Entendi que existem majoritariamente dois carnavais de rua no Rio de Janeiro: um zona sul, coxinha, de blocos gigantescos, trios elétricos e homem que acha que mulher no Carnaval merece ser assediada. E outro, no centro e zona portuária, ao som de marchinhas, com meninas de biquíni e cocar, garotos de tchutchu. Sem assédio, com paquera e respeito. E, às vezes, com brisa.

Limitar a grandiosidade do que ocorre no centro pela miserável cena da zona sul, como fez a jornalista Mariliz Pereira Jorge, é pobreza de espírito. Limitar a experiência do Carnaval ao que se pode observar de casa, do carro ou de um bloco suspeito é o oposto do sair de si carnavalesco.

Sair de si não é somente, ou necessariamente, através da bebida, mas sim do próprio corpo, que misturado à massa suada e cantante, se torna tantos. É sair dos caminhos conhecidos, ir aonde (quase) não vamos. Pelo centro desfilam blocos pequenos, que deságuam um no outro, fazendo os foliões circularem fantasiados por espaços em obras, depauperados ou renovados, eventualmente cruzando com insólitos carros alegóricos à espera do triunfo na Sapucaí.

Carnaval é perambular de biquíni por onde não há mar. E mergulhar numa festa gratuita, a céu aberto, repleta de todo tipo de gente. A zona sul não pode ser metonímia do Carnaval carioca. Enquanto a jornalista foi refém do Carnaval imundo e bebum, eu fui livre como nunca.

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Apesar de campanhas, violência contra mulheres persiste no Carnaval http://alalao.blogfolha.uol.com.br/2016/02/11/apesar-de-campanhas-violencia-contra-mulheres-persiste-no-carnaval/ http://alalao.blogfolha.uol.com.br/2016/02/11/apesar-de-campanhas-violencia-contra-mulheres-persiste-no-carnaval/#respond Thu, 11 Feb 2016 04:00:18 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/1501572.gif http://alalao.blogfolha.uol.com.br/?p=6101 EMILIO SANT’ANNA
JULIANA GRAGNANI
DE SÃO PAULO
ISABELA DIAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

Pela primeira vez, o Carnaval foi marcado por campanhas que se popularizaram nas redes sociais pedindo respeito às mulheres, esclarecendo a diferença entre paquera e assédio e até ensinando passo a passo aos homens como “não ser um canalha”.

Nem terminada a festa, porém, já surgiam relatos de agressões no Rio, São Paulo e Salvador, onde 461 casos de violência contra mulheres foram registrados por órgão municipal.

Na tarde de sábado (6), S.F., 16, descansava em um banco ao lado de uma amiga durante um bloco em Ipanema, na zona sul do Rio, quando foi abordada por dois homens.

“Eles começaram a passar a mão na gente e a perguntar: ‘O que vocês estão fazendo aqui sentadas se não querem nada?’”, afirma a estudante.

Assediada, Fernanda Nocchi, 23, reagiu com um tapa na cara (Marcus Leoni/Folhapress)

Outros homens que pareciam ser do mesmo grupo surgiram, relata. “Um deles, muito alto e forte, me deu um tapão no pescoço com força e eu caí. Não tem muito o que fazer porque a gente denuncia e não acontece muita coisa. Todo mundo acha natural porque é Carnaval, então pode tudo. Sempre amei Carnaval, mas esse ano só senti uma tristeza enorme”, diz.

Poucas semanas antes, a revista “AzMina” havia lançado a campanha #CarnavalSemAssédio, em parceria com o bloco feminista carioca Mulheres Rodadas e outros grupos. O objetivo era explicar didaticamente aos homens como se comportar de maneira respeitosa nos desfiles.

São diversos exemplos de assédio, segundo a cartilha lançada pelo grupo, como: puxar pelo cabelo, agarrar o braço e machucar a mulher.

Foi o que aconteceu com uma das integrantes do Mulheres Rodadas. Ela relatou ter levado um soco de raspão, na madrugada de sexta-feira (5), no Rio, ao tentar defender outra mulher que estava sendo assediada em um ônibus.
Segundo nota divulgada pelo grupo, o agressor dizia que ela estava defendendo uma “piranha” e que seria inútil “se aproveitar da Lei Maria da Penha”. Ele ainda teria ameaçado estuprá-la.

Nesta quarta (10), o grupo foi à rua, com placas dizendo “meu corpo é área restrita”.

Nana Queiroz, 30, diretora-executiva da “AzMina”, diz que é o primeiro Carnaval em que o assédio é abordado de maneira enfática pela sociedade, na esteira de outras campanhas feministas que surgiram em anos anteriores, como o Chega de Fiu Fiu.

“O Carnaval é o máximo da festa popular, e o corpo da mulher sempre foi visto como algo público nessa festa”, diz. “Você não pode usar o corpo de uma mulher como usa um banheiro químico.”

Há casos em que o assédio é seguido de reação.

A insistência foi tanta que a gaúcha Fernanda Nocchi, 23, deu um tapa no rosto do assediador. Ela estava com uma amiga na Vila Madalena, bairro da zona oeste de São Paulo, que lota no Carnaval.

“Ele chegou já nos tocando, dizendo que éramos muito lindas. Pedi licença”, diz.

As duas, então, deram as mãos e disseram ser um casal. Ela afirma que, depois disso, o rapaz teria exigido um beijo entre elas como prova. “Não temos que provar nada”, ela respondeu. “Ele me xingou e ainda passou a mão na minha bunda.” O tapa, diz ela, foi “reflexo, instinto”.

Um relato de uma estudante fez com que a página do bar Quitandinha, no mesmo bairro, ficasse repleta de comentários negativos.

Segundo seu depoimento no Facebook, ela estava com uma amiga no bar quando foi abordada por dois rapazes que as xingaram após terem a a investida recusada.

“Chamamos o garçom e pedimos para ele afastar os caras. Nada foi feito.” No final, diz, as amigas acabaram expulsas do bar, que teria defendido os agressores.

O bar se defendeu na rede social, afirmando que trabalha para descobrir o que aconteceu e “responsabilizar os culpados”. A Folha entrou em contato com o proprietário, que indicou a assessoria de imprensa do estabelecimento. Esta, porém, não foi localizada nesta quarta (10).

Outro caso de assédio acabou em violência e com o suspeito preso. De acordo com a polícia, um cabeleireiro de 30 anos agrediu com socos, chutes e cabeçadas uma mulher de 24 anos na rua da Consolação (centro) após participarem do desfile de um bloco.

Ela teve hematomas e o nariz fraturado. Os dois são namorados, segundo a Secretaria da Segurança Pública.

Para coibir casos como esse, três mulheres criaram a campanha “Apito Contra o Assédio” em São Luiz do Paraitinga, no interior paulista. Cerca de 5.000 apitos foram distribuídos durante o Carnaval.

A ideia é simples: quando um homem ultrapassar os limites, a mulher apita, indicando que precisa de ajuda.

“Estamos cansadas de aceitar o assédio. Sempre aconteceu, só que agora resolvemos falar”, diz a professora Marina Gabos, 25, uma das organizadoras. Para ela, uma nova geração está disposta a mudar essa cultura. “A gente também gosta de paquerar, mas não é que tudo pode. Não pode por a mão no meu corpo se eu não estou a fim.”

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Placas de ‘meu corpo é área restrita’ dão o tom do bloco Mulheres Rodadas http://alalao.blogfolha.uol.com.br/2016/02/10/placas-de-meu-corpo-e-area-restrita-dao-o-tom-do-bloco-mulheres-rodadas/ http://alalao.blogfolha.uol.com.br/2016/02/10/placas-de-meu-corpo-e-area-restrita-dao-o-tom-do-bloco-mulheres-rodadas/#respond Wed, 10 Feb 2016 14:29:09 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/1501572.gif http://alalao.blogfolha.uol.com.br/?p=5985 ISABELA DIAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Desde 9h um grupo de mulheres já se reunia no largo do Machado, zona sul do Rio, diante da Igreja de Nossa Senhora da Glória, para defender os direitos das mulheres e combater o assédio em plena Quarta-Feira de Cinzas (10).

Com suas saias rodadas, elas levantavam placas como “meu corpo é área restrita: somente pessoal autorizado” e “não mereço homem idiota”.

“Nós somos um bloco que fala sobre feminismo no Carnaval do Rio de Janeiro. No ano passado, a gente avançou muito no debate da questão dos direitos das mulheres, os movimentos feministas foram para a rua e a gente fez parte dessas tentativas de colocar o assunto em pauta”, disse a jornalista e uma das fundadoras do bloco Renata Rodrigues.

Bloco Mulheres Rodadas se apresenta no largo do Machado, na zona sul do Rio (Foto: Isabela Dias)

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Data Popular entre os dias 4 e 12 de janeiro, com 3,5 mil brasileiros com idade igual ou superior a 16 anos, em 146 municípios, mostrou que 49% dos homens acham que bloco de Carnaval não é lugar para mulher ‘direita’, enquanto 61% afirmaram que uma mulher solteira que vai pular Carnaval não pode reclamar de receber cantada.

Sobre a pesquisa do Instituto, que reverberou nas redes sociais, ela comentou:

“Dá um certo desânimo porque faz a gente pensar que o Brasil ainda não chegou no século 20, quem dirá no 21. É uma coisa fascista. A gente tem o direito de celebrar o nosso corpo e a alegria do carnaval sem levar um puxão no braço ou no cabelo”.

O bloco, que começou a tocar “É Hoje”, da cantora Ludmilla, às 10h30, deve seguir até o aterro do Flamengo.

Em consonância com os gritos da bateria de “eta, eta, eta, Eduardo Cunha quer controlar nossa …”, a estudante Cecília Cavalcanti, 23, exibia uma placa com os dizeres “Tira a mão do meu útero, deputado!”. “Ninguém tem o direito de dizer o que eu devo fazer ou não”, afirmou convicta. Ela atribuiu o fato de não ter sido assediada neste Carnaval a estar sempre com o namorado ao lado.

“Pensar que, em 2016, ainda estamos defendendo uma mulher desse tipo de violência e agressividade não faz nenhum sentido. Nossa palavra-chave é consentimento. A pessoa tem que consentir com aquele ato, é isso que faz a diferença”, diz Débora Thomé, outra fundadora do bloco.

“A gente quer mudar o papel da mulher no Carnaval, ela tem que ser protagonista. As próprias fantasias remetem a essa liberdade.”

Para a advogada Marcele Almeida, 36, no entanto, o Carnaval não é tão libertador.

“Toda mulher já sofreu assédio e estar aqui no bloco é uma forma de ridicularizar esses atos. No Carnaval parece que é tudo liberado e permitido, inclusive atitudes quase animais. Eu vim de short por debaixo da saia porque me sinto constrangida, já vi muitas meninas terem as saias levantadas no meio da rua. A liberdade para a mulher ainda é uma utopia”, afirma.

O BLOCO

Criado a partir de uma polêmica na internet, em 2014, o bloco leva às ruas pelo segundo ano uma mensagem bem-humorada sobre o machismo e deve contar com a presença de uma militância feminina.

A polêmica que deu origem ao bloco começou quando uma foto de um jovem carregando a placa “Eu não mereço mulher rodada” foi postada na página “Jovens de Direita”, no Facebook, e gerou como resposta a página do Tumblr “Mulher Rodada”, que satirizava a postura de homens que afirmam não ter interesse em se envolver com mulheres que tiveram relacionamentos anteriores.

As discussões que se seguiram à polêmica levaram as jornalistas a criarem o bloco e convidarem todos a “rodarem” com elas no Carnaval.

Em 2016, o bloco conta com uma banda própria composta por 150 músicos que fazem parte de vários outros blocos. A maior parte são mulheres. No repertório, ritmos variados que vão do funk “É Hoje”, de Ludmilla, passando pela pop “Crazy in Love”, de Beyoncé, “Tieta”, de Caetano Veloso, e “Geni”, de Chico Buarque. Em comum, o fato de que todas as músicas fazem referência ao universo feminino.

Além disso, a pernalta Raquel Potí vai homenagear Leila Diniz, usando uma fantasia que reproduz a última que Leila usou como rainha da Banda de Ipanema, em 1972, ano de sua morte. À época, a roupa levantou polêmica porque Leila amamentou sua filha no meio da rua.

Em 2015, o bloco reuniu mais de 2.000 pessoas no largo do Machado e contou com o apoio da ONU Mulheres, que divulgou a campanha “Neste Carnaval, perca a vergonha, denuncie. Ligue 180”, incentivando as mulheres a denunciarem atos de intimidação e desrespeito e a buscarem orientação junto ao disque-denúncia da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República.

Este ano, a parceria se repete tendo em vista a divulgação de campanhas relacionadas ao fim do assédio no Carnaval e à garantia dos direitos das mulheres.

A campanha #carnavalsemassédio, que toma as redes sociais, foi criada pelo site Catraca Livre em parceria com a revista AzMina e vários coletivos de mulheres e movimentos como o #AgoraÉQueSãoElas e o Vamos Juntas? –movimento que propõe a união de mulheres que se sentem inseguras na rua. Foi lançado, inclusive, um guia que diferencia paquera de assédio.

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Reduto da boemia do Rio, Baixo Gávea vira point de blocos de rua da zona sul http://alalao.blogfolha.uol.com.br/2016/02/09/reduto-da-boemia-do-rio-baixo-gavea-vira-point-de-blocos-de-rua-da-zona-sul/ http://alalao.blogfolha.uol.com.br/2016/02/09/reduto-da-boemia-do-rio-baixo-gavea-vira-point-de-blocos-de-rua-da-zona-sul/#respond Tue, 09 Feb 2016 14:51:34 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/1501572.gif http://alalao.blogfolha.uol.com.br/?p=5850 ISABELA DIAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

O Carnaval de rua do Rio chegou ao Baixo Gávea, tradicional reduto da boemia carioca, na manhã desta terça-feira (9) com a festa na concentração do bloco A Rocha na praça Santos Dumont, na zona sul da cidade.

A poucos metros dali, os foliões do Vagalume Verde ocuparam a rua Jardim Botânico e também seguiram em direção ao Baixo Gávea.

Juntos os dois blocos devem somar aproximadamente 27 mil pessoas, de acordo com estimativa da Riotur (a empresa de turismo da prefeitura do Rio).

O bloco A Rocha organiza sua concentração na praça Santos Dumont, no Baixo Gávea (Foto: Isabela Dias/Folhapress)

Criado por estudantes da PUC-Rio, universidade também localizada no bairro da Gávea, o bloco A Rocha surgiu no Carnaval de 2003.

“Nos juntamos para fazer um bloco porque não tinha nada de Carnaval de rua aqui na Gávea. O som era improvisado num carrinho de pamonha e não havia nem 60 pessoas no primeiro ano”, lembrou o professor de geografia Marcelo Fonseca, 43, um dos fundadores.

Dois grupos – um com foliões caracterizados como Smurfs e outro com gladiadores em clima de Carnaval – chamaram a atenção na concentração do A Rocha.

O bloco seguiu em direção à PUC-Rio, situada a 900 metros de distância do Baixo Gávea.

“A gente sai todo ano de Smurfs. Aparenta ser muito ruim usar uma fantasia como esta, mas a grande sacada é que todos abrem espaço quando estamos passando porque ninguém quer ficar sujo de azul”, brincou Danielle Rezende, 33, uma das integrantes do grupo formado por 15 amigos.

Além de investir em fantasias elaboradas, os gladiadores do A Rocha também fizeram um Cavalo de Tróia com palitos de picolé.

“São 9.000 palitos, 17 rodinhas e 600 parafusos”, disse orgulhoso Eduardo Mesquita, 24, que trabalha no mercado financeiro. “Moro aqui perto e, por isso, tirei meu carro da garagem por uma semana para guardar o Cavalo de Tróia por lá”.

O grupo investiu em marcenaria também em outros carnavais. “A gente já construiu um tanque de guerra e um navio pirata”, contou Mesquita. “Nosso objetivo é ter um bloco próprio temático daqui a um ou dois anos.”

Nesta terça, 103 blocos vão desfilar pelas ruas do Rio. Entre o sábado (6) de Carnaval e a quarta-feira de cinzas (10), em torno de 380 blocos devem somar mais de 2,6 milhões de foliões pela cidade, segundo estimativa da Riotur.

 

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Blocosfera: Quem mora na cidade fica refém de blocos e multidões no Carnaval http://alalao.blogfolha.uol.com.br/2016/02/09/blocosfera-quem-mora-na-cidade-fica-refem-de-blocos-e-multidoes-no-carnaval/ http://alalao.blogfolha.uol.com.br/2016/02/09/blocosfera-quem-mora-na-cidade-fica-refem-de-blocos-e-multidoes-no-carnaval/#respond Tue, 09 Feb 2016 04:00:04 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/1501572.gif http://alalao.blogfolha.uol.com.br/?p=5745 MARILIZ PEREIRA JORGE
COLUNISTA DA FOLHA

Mesmo que você se programe para um bloco ou para nenhum, se sair de casa, não tem escapatória.

Sexta, fui caminhar e, à medida que me aproximava de Ipanema, mais o calçadão ficava entupido e maior era número de ambulantes. Pisquei e estava no meio do bloco Rola Preguiça.
Não queria dançar, só andar, rolou preguiça, dei meia volta.

Na esquina de casa, as pessoas se apinhavam na calçada do Clipper, um boteco vizinho, dançando e cantando ao som de marchinhas. Mesmo com as janelas fechadas ouvia de longe A Pipa do Vovô Não Sobe Mais.

Sábado pela manhã, precisava ir a Copacabana. Dancei. E sem música. Cheguei à avenida Nossa Senhora de Copacabana na hora em que o bloco A Favorita dispersava. Cem mil pessoas. Nunca desviei de tanta gente bêbada e suada. E essas coisas só têm graça se você também está bêbado e suado.

À noite, de carro, caímos no meio dos restos mortais da Banda de Ipanema. Cenário para “The Walking Dead”. Muito lixo, gente bêbada, gente muito bêbada subindo até o teto do caminhão de lixo. Durante meia hora não saímos do lugar. Posso dizer que fui à Banda de Ipanema.

No domingo, fui a um bloco por vontade própria. Que Merda é Essa? Era o nome do bloco, mas foi o que pensei sobre o que se transformou o Carnaval de rua do Rio.

Blocos demais (505, 49 a mais do que no ano passado), gente demais, bêbados demais, sujeira demais, banheiros de menos, policiamento inexistente, trânsito caótico.
Ano que vem, me rendo ou viajo ou estoco comida e bebida para uma semana e não saio de casa.

Não tem como escapar. Quem mora na cidade virou refém do Carnaval.

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No Rio, bloco Sargento Pimenta celebra os Beatles em ritmo de carnaval http://alalao.blogfolha.uol.com.br/2016/02/08/no-rio-bloco-sargento-pimenta-celebra-os-beatles-em-ritmo-de-carnaval/ http://alalao.blogfolha.uol.com.br/2016/02/08/no-rio-bloco-sargento-pimenta-celebra-os-beatles-em-ritmo-de-carnaval/#respond Mon, 08 Feb 2016 14:34:50 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/1501572.gif http://alalao.blogfolha.uol.com.br/?p=5615 ISABELA DIAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

O repertório com canções dos Beatles fez do Sargento Pimenta o mais concorrido bloco temático do Carnaval de rua do Rio. Com os acordes da música “Magical Mistery Tour” (1967) acompanhado por tamborins e outros instrumentos de percussão, a banda de 140 ritmistas iniciou a apresentação em um palco montado no Aterro do Flamengo, às 10h30 desta segunda-feira (8).

Criado em 2011, o bloco nesta sexta edição celebra os 50 anos do álbum Revolver, lançado pelos Beatles em agosto de 1966. De acordo com a Riotur (empresa de turismo da prefeitura do Rio), o Sargento Pimenta atraiu em torno de 180 mil pessoas ao Aterro.

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No palco, um dos vocalistas deu o tom do bloco ao iniciar o show: “Senhoras e senhores, vocês querem rock ‘n’ roll? Senhoras e senhores, vocês querem música brasileira?”

O turista britânico Reece Tocker, 26, parecia eufórico diante da mistura feita pelos brasileiros. “Este é o meu primeiro Carnaval e achei fantástico este show!”

Já a estudante carioca Luisa Mattos, 22, prometeu trazer seus amigos estrangeiros na próxima vez. “Mandei alguns vídeos do bloco e eles ficaram loucos!.”

Resistindo ao calor de 31ºC desta segunda-feira desde as 9h30, a estudante paulista Gisele Gercwolf, 21, lamentou não ter visto a passagem do bloco por São Paulo, no último fim de semana. “É muito legal a forma como eles transformam uma música de fora e deixam com a cara do Brasil”.

Próxima ao palco, uma dupla fantasiada de John Lennon e Paul McCartney animava os foliões e posava para fotos.

“Cheguei aqui às 8h. Venho todos os anos, amo este bloco! Sou fã dos Beatles desde pequena e agora também do Sargento Pimenta”, disse a secretária executiva Lia Palka, 63, vestida com uma fantasia do coelho maluco de Alice no Pais das Maravilhas. “Eles pediram pra gente vir bem psicodélico”, explicou a foliã.

O hino do bloco é uma adaptação com letra em português da música “Ob-La-Di, Ob-La-Da”, do álbum The Beatles, de 1968. O conhecido refrão virou: “Chega aí, pode entrar, é o Pimenta! O Sargento dá o tom!”

Chico Chico, nome artístico do filho de Cássia Eller, fez uma participação especial em “With A Little Help From My Friends” (música do álbum Sgt. Peppers Lonely Heart Club Band, de 1967). Houve ainda um coro com a participação de milhares de foliões em “Hey Jude”. O bloco chegou ao fim pontualmente às 14h.

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