DE SÃO PAULO
Xixi na rua, garrafas espalhadas e barulho. Para moradores de Vila Madalena e Pinheiros, o esquema montado pela prefeitura para organizar os blocos de rua neste ano não foi suficiente para eliminar os transtornos.
Tom Green, presidente da Associação Sossego Vila Madalena, diz que o fato de a gestão Fernando Haddad (PT) ter delimitado um espaço para 15 mil pessoas no bairro fez com que quem não conseguisse entrar se espalhasse pelas demais ruas.
“Nunca vi tanta garrafa de bebida destilada. Os banheiros não dão conta de 15 mil pessoas; em algum lugar a pessoa vai fazer. E o som é muito alto”, afirma.
Em Pinheiros, a reclamação foi o fechamento da avenida Brigadeiro Faria Lima para a passagem de blocos.
“Minha rua foi fechada por ambulância e carro da CET [companhia de trânsito]. Tive que sair na contramão”, diz Roberto Montanha, 43, corretor de imóveis e síndico de um prédio na região. Ele se queixa do mau cheiro na rua e da insuficiência de de banheiros nos blocos.
Para o servidor público Fabio Pimentel, 37, o acesso é o principal problema. “Moro na esquina da Faria Lima. Quando tem bloco, não consigo entrar no meu prédio.” Pimentel também cita o barulho, “insuportável”, segundo ele.
DESAFOGO
A gestão Haddad afirma que aumentou de 3.000 para 8.108 (166%) o número de banheiros e também o de funcionários de limpeza em 50% –cerca de 2.100 funcionários e 230 equipamentos usados. E que não há como impedir a circulação de pessoas fora do perímetro delimitado.
“Neste ano, eliminamos da Vila Madalena os grandes blocos, então houve um desafogo [para os moradores]”, disse o secretário municipal de Cultura, Nabil Bonduki.
De acordo com ele, a prefeitura deverá usar a experiência de funcionários da PM, CET e Guarda Municipal para aprimorar a organização do evento em 2017.
Sobre Pinheiros, a prefeitura disse que a rua recebeu bloqueio temporário nesta terça-feira, mas permitiu o acesso de moradores. Afirmou ainda que moradores dentro da área delimitada para os blocos puderam se cadastrar com antecedência na subprefeitura local.
Haddad qualificou o Carnaval deste ano como “o melhor das últimas décadas”, com R$ 400 milhões em retorno para a cidade.