Último dia no Recife tem muito frevo e um pouco de saudade

Por blog alalaô

KLEBER NUNES
DO RECIFE

A Terça-feira de Carnaval marca a apoteose da folia em Pernambuco, ainda mais este ano, quando cai no dia do frevo (9 de fevereiro).

O ritmo mais pernambucano de todos tomará conta do principal palco da folia, a praça do Marco Zero, no Recife Antigo. A programação especial de encerramento começa às 21h.

Orquestras e companhias de danças apresentarão a música e a dança que a Unesco, em 2012, declarou Patrimônio Imaterial da Humanidade e que comemora 109 anos de existência.

Desde o fim da tarde, milhares de pessoas ocupam o Recife Antigo para aproveitar os últimos minutos do Carnaval. Tem muita gente fantasiada atrás dos blocos e grupos de maracatu.

Alessandra Fernandes, 40, e Gilberto Costa, 43, são alguns que querem esticar a terça-feira. “Já estamos com saudade do Carnaval. Ainda mais eu que nasci no bairro de São José, bairro do Galo da Madrugada, sou apaixonado pela folia. Por isso temos que aproveitar ao máximo hoje, antes que a quarta-feira chegue”, afirmou Costa.

Ana Rosa Lorenz e a filha Lorena aproveitam as últimas horas de Carnaval no Recife - Kleber Nunes/Folhapress
Ana Rosa Lorenz e a filha Lorena aproveitam as últimas horas de Carnaval no Recife – Kleber Nunes/Folhapress

Os cantores pernambucanos André Rio, Geraldinho Lins e Benil prometem agitar os foliões com muito frevo. No repertório, músicas consagradas como “Chuvas de Sombrinha”, “Hino do Galo da Madrugada” e “Voltei Recife”.

Já na madrugada da Quarta-feira de Cinzas, Alceu Valença assumirá o comando da festa. Em seguida, será a vez da paraibana Elba Ramalho agitar os foliões.

Os mais resistentes podem participar também do tradicional arrastão do frevo. Por volta das 4h, orquestra e passistas percorrerão as principais ruas do Recife Antigo.

BALANÇO

A dentista Ana Rosa Lorenz, 48 e a filha Lorena Lorenz, 9, acharam o Carnaval deste ano mais seguro. “Sempre brincamos no Recife Antigo e a cada ano vemos mais famílias e menos problemas com violência”, afirmou Ana Rosa.

Para os comerciantes, a terça-feira foi dia de balanço. E, para a surpresa de muitos, a crise passou longe da folia. “Vendemos de 300 a 400 sombrinhas durante esse Carnaval. O saldo foi muito positivo”, disse Priscila Karla Ferreira, 26.

Para Marlene Santiago, a Aninha do Chapéu, não há do que reclamar. “Ainda vou contabilizar direitinho, mas posso garantir que vendi mais do que no ano passado”, afirmou.