LUIZA FRANCO
DO RIO
Última a desfilar nesta madrugada de terça-feira (9), a Mangueira manteve o pique do público com seu desfile em homenagem a Maria Bethânia, que completou 50 anos de carreira no ano passado.
A própria estava animadíssima. Dançava e cantava sobre o último carro, que representava o circo. Ao seu lado estavam as filhas de uma amiga, que acompanham Bethânia e são presença certa em seus camarins.
Semanas antes ela disse à Folha que o circo era referência forte para ela desde a infância, quando frequentava um perto de sua casa em Santo Amaro. “Eu pensava: é isso que eu quero ser”, disse a cantora.
Ela também disse, na ocasião, que não tinha boas lembranças da última vez que desfilou na Sapucaí, também pela Mangueira, quando a escola homenageou os Doces Bárbaros. “Eles me colocaram num tripé altíssimo, eu fiquei em pânico o desfile todo.” Naquela vez, a escola não teve sorte.
Quem ficou para ver o desfile provavelmente espera que desta vez seja diferente. O desfile homenageou Bethânia e seu orixá, Iansã. Refletiu o sincretismo, com carros dedicados a Oyá e um altar de devoção católica.
As baianas vieram de Santa Bárbara, sincretizada como Iansã, ou Oyá. Na comissão de frente, uma coreografia das guerreiras da divindade. A escola também quis representar na avenida traços de brasilidade na voz da intérprete. Um setor inteiro celebrava sua obra.
Havia um carro dedicado a “Carcará” e o teatro Opinião, uma ala de corações infláveis citava “Explode Coração”. O carro “Abelha-Rainha” foi o dos famosos.
Homenagearam a intérprete seu irmão Caetano Veloso, o cineasta Andrucha Waddington, Adriana Calcanhotto, Zélia Duncan, Paula Lavigne, Ana Carolina, Renata Sorrah e outros artistas.
O samba rápido e de refrão de fácil assimilação foi pescado rápido pela plateia, que cantou junto.
A Mangueira foi a última escola a entrar no sambódromo no segundo dia de desfile do Rio. Passaram pela avenida nesta madrugada: Unidos de Vila Isabel, Salgueiro, São Clemente, Portela e Imperatriz Leopoldinense.