Com enredo clássico e refrão chiclete, São Clemente cruza avenida quase sem erros

Por blog alalaô

LUCAS VETTORAZZO
DO RIO

A São Clemente, terceira escola a desfilar nesta segunda-feira (8), cruzou a avenida com um enredo clássico sobre palhaços, com referências a origem do personagem e temas contemporâneos como a corrupção.

A escola, cujo desfile é assinado pela carnavalesca Rosa Magalhães, conseguiu mesclar alegorias com as cores da escola –amarelo e preto– e alas coloridas, como a que fazia referencia a origem do personagem, inicialmente retratado como o demônio.

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O primeiro carro era formado por um grande dragão em estilo japonês. Passistas fantasiadas de diabo sambavam sobre a estrutura laranja. Um samba de refrão chiclete causou empatia no público, que gritava “tem, sim senhor”, quando o verso perguntava se “hoje tem São Clemente”, como os menestréis faziam antigamente.

Rosa Magalhães desfilou no segundo carro que apresentava os bufões que alegravam feiras populares. Ela acenava para o público e sorria para fotos.

O carro que mais chamou a atenção foi o chamado “O Grande Circo e o Respeitável Público”, em que um carrossel girava na frente de uma “plateia” formada pela velha guarda da escola.

Rosa Magalhães desfila no segundo carro da São Clemente, que representa uma feira livre (Lucas Vettorazzo/Folhapress)

Padeiros atiravam farinha no público, numa referência aos primeiros palhaços italianos, origem da maquiagem branca dos bufões até hoje. As últimas alas trouxeram temas atuais: palhaços batiam panela em referência à corrupção.

O público aplaudiu a passagem da escola, que teria feito um desfile sem erros, mas quase estourou o tempo e as últimas alas tiveram que apressar o passo para a escola passar inteira. Com uma hora e sete minutos de desfile, o som dos cavacos silenciaram por cerca de 20 segundos.