Marchinhas tradicionais, música brega e jazz embalam blocos de SP

Por blog alalaô

JULIANA GRAGNANI
LEONARDO NEIV
A
RICARDO GALLO

DE SÃO PAULO

A segunda-feira (8) de Carnaval em São Paulo foi embalada por marchinhas, jazz e música brega.

Um blocos mais tradicionais de São Paulo, o Esfarrapado reúne foliões em clima familiar, com marchinhas conhecidas e muita espuma, no Bixiga (região central).

Entre os frequentadores, há muitos moradores do bairro. Um grupo de jovens promove até uma guerra de ovos entre as vias inclinadas, atingindo foliões ao redor, que não se incomodam com a bagunça nem com o forte sol .

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As marchinhas que animam os foliões vão de “A Pipa do Vovô” a “Cabeleira do Zezé”.

“Lembra minha infância”, conta a neuropsicóloga Ana Maria Oru, “pouco mais de 60 anos idade e frequentadora do bloco há mais de 20”.

Para Amauri Júnior (“olha só o meu R.G”, diz, mostrando o documento para provar o nome”), um rapaz só de touca e toalha, “o desfile com música de Carnaval tradicional e a proximidade com a Vai-Vai dão um borogodó”.

De meia-calça preta, sapatos e cílios vermelhos e saia, uma performer caracterizada de Nega Maluca diz frequentar o bloco há 27 anos, animando o desfile “mais tranquilo e familiar de São Paulo”, segundo diz.

Na rua Major Diogo quase com a Santo Antonio, o desfile segue com o público cantando “Cachaça não É Água” e “Me Dá um Dinheiro Aí”. O carro segue mais rápido que o comum em desfiles –alguns foliões correm atrás do trio; outros ficam para trás.

OUTROS BLOCOS

Passando por sambas de Noel Rosa, marchinhas de Lamartine Babo e músicas de expoentes do jazz como Louis Armstrong e Benny Goodman, o bloco Unidos do Swing atraiu à praça Roosevelt, no centro de São Paulo, foliões que procuravam um Carnaval diferente.

Conhecido como o primeiro bloco jazzístico de São Paulo, o grupo une em sua trilha sonora marchinhas de Carnaval brasileiras e o jazz típico do Mardi Gras de Nova Orleans (EUA).

O grupo saiu da praça às 15h e seguiu pela rua da Consolação ao som de “When the Saint Go Marching In”. Em alguns momentos, a banda emendou com “Asa Branca” e a marchinha “Mulata Iê Iê Iê”, que os foliões acompanharam com um coro de “E só dá ela na passarela”.

Alguns dos foliões foram à praça Roosevelt após descobrir que o bloco Toca Rauuul, próximo dali, não aconteceria.

“Não sabíamos que era de jazz”, conta a nutricionista Elisa Murakoshi, 33, que veio com outros três amigos e diz ter se decepcionado com o cancelamento do bloco em homenagem a Raul Seixas. “Mas é bem diferente, estou gostando.”

Na avenida Faria Lima, os foliões ouviram hits do grupo Hermes e Renato no bloco BregsNice, que aposta no repertório de música brega.

“Bichinha pobre”, “Unidos do caralho a quatro” e outras músicas do grupo foram tocadas antes do bloco assumir o palco.

A avenida foi tomada de gente desde o largo da Batata até a Pedroso de Moraes.