Nos passos do balé, Pérola Negra leva Carlinhos de Jesus para o Anhembi

Por blog alalaô

DE SÃO PAULO

A explosão de um transformador atrasou a preparação da escola de samba Pérola Negra, a primeira escola do Grupo Especial a abrir o Carnaval paulistano no Sambódromo do Anhembi, na zona norte de São Paulo.

A vice-campeã do Grupo de Acesso em 2015, a escola da zona oeste vem mostrando a alegria, a sutileza e a ginga do samba em seu desfile deste ano. Inicialmente, a escola estava programada para entrar às 23h15, mas somente por volta das 23h37 ela foi liberada.

Na concentração, a escola teve um problema com um dos destaque do carro abre-alas. Um dos passistas que estava pendurado reclamou que o cinto de segurança que o prendia ao carro estava soltando. Com isso, os organizadores da escola tiveram que mudar a disposição dos outro destaques para acomodá-lo.

Com o enredo “Do Canindé ao samba no pé. A Vila Madalena nos passos do balé”, a agremiação irá levar para a avenida um dos mais famosos dançarinos do país, Carlinhos de Jesus.

“Estamos nos esforçando para fazer da Pérola Negra uma escola de alto nível”, diz Geraldo Bezerra, presidente do grupo, que sem uma sede própria usou as instalações de uma casa de shows para fazer seus ensaios.

Em sua apresentação, a Pérola irá mostrar como surgiram e se fortificaram as raízes do samba no boêmio bairro da Vila Madalena.

A bateria, coração da escola, vem logo atrás do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, que estão vestidos de pássaros.

Devido a sua extensão, o segundo carro da escola teve problema para fazer a manobra para entrar na avenida. A demora em posicionar o carro fez com que a escola tivesse pequeno problema de evolução no começo do desfile. Um membro da escola disse que o eixo do carro entortou. Já na pista, a escola teve que dar a ré no carro.

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CONFIRA O SAMBA-ENREDO DA ESCOLA

“Do Canindé ao samba no pé. A Vila Madalena nos passos do balé”

É na ginga a dança… que eu vou
Solta o corpo e balança… amor
Vem ver como é que é sambar na ponta do pé
Pérola Negra vem nos passos do balé

É Carnaval, a minha Vila contagia
A joia rara te convida pra dançar
O som da mata ecoou em sinfonia
A revoada cortando o ar
Nas águas, o bailar da sutileza
Celebrando a natureza
O índio cantou e dançou a noite inteira
Da fé rituais em louvor, ôô
Com cheiro de mato, o som da viola embalou

Negro firma o batuque na palma da mão
Vem no toque da Angola, levanta a poeira do chão
Fazendo festa pro seu rei coroar
“Semba ioiô, samba iaia”

Eh sanfoneiro puxa o fole bem ligeiro
Pra folia começar
Bate zabumba e pandeiro
Tem quadrilha no arraiá
Nas ruas o povo espalha alegria
A boemia encontra o seu “santo lar”
De portas abertas a cultura
Ritmando a mistura da arte popular

Olé, olé… Olé, olá, faz mais um eu quero ver a galera delirar
E nesse embalo lá vou eu
Na Vila Madalena samba ate quem já morreu

Colaborou JAIRO MARQUES e SIDNEY GONÇALVES DO CARMO