GABRIEL CARVALHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE SALVADOR
Palco, no passado, de potentes trios elétricos, o Circuito Osmar, no Campo Grande, foi o espaço preferencial na tarde desta sexta-feira de minitrios e grupos de fanfarra. Batizado de Furdunço, o desfile de bloquinhos e entidades carnavalescas conquistou o público.
Ao entoar clássicos da axé music e fazer releituras de sucessos da MPB, o minitrio Rixô Elétrico, do maestro Fred Menendez, arrastou um público de todas as idades. “É a oportunidade de artistas mostrarem de forma simples e diferente a questão da musicalidade particular de cada um, além de resgatar os Carnavais antigos e voltar à origem de trazer a família para a festa.”
A aposentada Antonia Silva, 77, antes afastada do agito, disse ter retomado o hábito de ir para a avenida. “Quando soube dessa programação, pedi aos meus netos que me trouxessem aqui”, afirmou.
Em seu terceiro ano de desfile, o Furdunço já é um produto carnavalesco consolidado. Com 32 atrações, o movimento reúne artistas de segmentos como forró, samba de roda e até música clássica com arranjos adaptados ao jeito baiano.
O paulista Reginaldo Cunha afirmou que as apresentações representam uma “evolução do Carnaval”. “A folia estava muito engessada e agora está arejada, aberta a pessoas de todas as idades, classes, gostos e movimentos.”
Além dos grupos de sopro e minitrios, o Furdunço reunirá grupos como o Alavontê, formado por artistas já conhecidos como Ricardo Chaves e Manno Goes, além da banda Baiana System, considerada pelos críticos de música a principal revelação da música baiana nesta década.
