ISABELA DIAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
O Bloco da Preta, comandado pela cantora Preta Gil, reuniu 300 mil pessoas no desfile pelo centro do Rio neste domingo (31), segundo a Riotur. A festa teve três horas de duração, sendo encerrada às 16h, sem registro de brigas em série, como em carnavais anteriores.
Nesta sétima edição, Gilberto Gil, pai de Preta, participou pela primeira vez e foi ovacionado pelo público ao cantar “Aquele Abraço”.
“Eu chorei pelo meu pai ter vindo e presenciado a grandiosidade do carnaval do Rio. Ele precisava ver que o povo tomou de novo o carnaval para si”, declarou a cantora sobre a estreia do compositor baiano nos blocos de rua da cidade. “Ele saiu de Salvador ontem e veio só para desfilar com a gente. É muito amor!”
No começo do show, na rua Primeiro de Março, o discurso de Preta traduziu o tom democrático do bloco, um dos preferidos pelo público LGBT.
“O Bloco da Preta é o bloco da diversidade racial, social, sexual, espiritual, cultural. Aqui o importante é você ser você!”, gritou Preta aos foliões.
Diante da igreja Nossa Senhora do Carmo, onde casou com o personal Rodrigo Godoy no ano passado, Preta ressaltou que “nada é mais importante do que o amor”.
Muso do bloco desde o primeiro ano, em 2010, o maquiador Fernando Torquatto, mencionou o aumento de público registrado nas últimas edições. “Eu sou o muso desde o início e é sempre essa empolgação. Só que quando começamos eram apenas 200 pessoas no bloco”, disse Torquatto.
Frequentador assíduo do Bloco da Preta, o cozinheiro Alexandre Gomes da Silva, 45, foi vestido de mulher e exaltou a diversidade. “É muito misturado. Aqui não tem problema de não ser aceito, a Preta abrange todo mundo. Amo ela por isso”, disse o folião.
Preta Gil cantou músicas de seu próprio repertório como “Sinais de Fogo” e também outras de artistas como Anitta, Mamonas Assassinas e Novos Baianos.
A festa comandada por Preta Gil teve ainda a participação do rapper Nego do Borel e da cantora Ludmilla, uma das musas do bloco.
Ao final do desfile, Preta elogiou o bom comportamento dos foliões, mas reclamou da falta de policiamento no local.
“O povo do Rio de Janeiro já é guardião da cidade e isso é emocionante. Mas eu preciso perguntar uma coisa: alguém viu polícia? No Réveillon tem polícia, tem cabine. Eu não vi um carro de polícia aqui hoje.”
Blocos de rua no pré-Carnaval do Rio de Janeiro