PEDRO SOARES
DO RIO
Com o enredo “Um griô conta a história: um olhar sobre a África e o despontar da Guiné Equatorial. Caminhemos sobre a trilha de nossa felicidade”, a Beija-Flor ganhou o Carnaval 2015 do Rio de Janeiro.
Com 269,9 pontos de 270 possíveis, sagrou-se campeã na tarde desta quarta-feira (18) com quatro décimos de vantagem sobre a segunda colocada, Salgueiro.
Com a conquista, a escola de Nilópolis, na Baixada Fluminense, leva o seu 13º troféu e deixa para trás o sabor amargo do sétimo lugar do ano passado.
“Aquilo foi uma grande injustiça. Essa vitória corrige um grade erro”, disse Farid Abraão David, presidente da escola.
Segundo o dirigente, o resultado é fruto da “organização, empenho e qualidade” técnica da escola. A torcida gritava pouco antes do resultado se confirmar: “A campeã voltou, a campeã voltou”.
O último título da Beija-Flor havia sido em 2011, com o tema “Roberto Carlos: A simplicidade de um Rei”.
Pelo segundo ano consecutivo, o Salgueiro ficou com o vice. Sua presidente, Regina Celi, evitou polêmica e disse apenas que “o resultado é esse e temos de acatar”.
A escola era uma das favoritas ao título e disputou até o penúltimo quesito cada décimo com a Beija-Flor até perder pontos em enredo –o que não aconteceu com a escola de Nilopolis.
Foi rebaixada para o Grupo de Acesso a escola Viradouro, com 263,7 pontos .
POLÊMICA
O samba-enredo da Beija-Flor de Nilópolis causou polêmica e ganhou o noticiário internacional. O principal problema refere-se ao patrocínio do governo da Guiné Equatorial.
O país é uma ditadura comandada há 35 anos por Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, que tem uma fortuna pessoal avaliada em US$ 600 milhões, de acordo com a revista “Forbes”.
Segundo o jornal “O Globo”, que revelou o caso, o patrocínio é de R$ 10 milhões. A Beija-Flor não confirma nem refuta o valor.