A Catedral Nossa Senhora dos Prazeres, de Itapetininga (a 172 km da capital), igreja que serviu de inspiração para a basílica de Aparecida, foi alvo de pichações com supostos símbolos satânicos na madrugada de terça-feira (17).
As inscrições traziam símbolos de uma cruz invertida e um olho dentro de triângulo, além da frase “todos somos papas” e anotações em latim, como “satan trindade” e “non serviam” (“não servirei”). As pichações foram apagadas ainda na terça-feira.
Em janeiro do ano passado, a Igreja do Rosário, localizada a 500 m da catedral, também amanheceu repleta de símbolos satânicos. Na ocasião, a Polícia Civil ouviu dois jovens, então com 16 e 19 anos, que se diziam adeptos da seita “Adoradores de Satã” e admitiram o crime.
Para o delegado Marcus Tadeu Cardoso, o grupo é o provável responsável pelas novas pichações. “Nós sabemos que este grupo ainda se reúne no mesmo bar no centro da cidade. São rebeldes sem causa, da linha gótica. Quando interrogados [em 2014], disseram que queriam mostrar rebeldia”, contou o delegado. Cardoso afirmou que aguarda depoimento do pároco da catedral para investigar o caso.
O bispo de Itapetininga, dom Gorgônio Alves da Encarnação, atribuiu o fato ao uso de bebidas e drogas. “Não existe um grupo ou organização [satânica] na cidade. São duas ou três cabeças que acham que pode tudo. Ficam drogados e acabam com o patrimônio público”, afirmou.
Concluída na década de 1960, a catedral serviu de protótipo para a construção da Basílica de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida (a 180 km da capital) –os dois templos foram projetados pelo arquiteto Benedito Calixto Neto.
