RICARDO GALLO
DE SÃO PAULO
Com tudo o que tem de bom e de ruim, o Carnaval começou de fato neste domingo (1º) no bairro da Vila Madalena (zona oeste de São Paulo), quase duas semanas antes da data oficial.
Às 16h, a rua Beatriz e outras vias do entorno estavam lotadas para a passagem do bloco Casa Comigo, a ponto de ter sido difícil andar a pé.
Sob um tempo ora nublado ora chuvoso, milhares de foliões se divertiam; protagonistas do bloco, as mulheres usavam véus de noiva e carregavam cartazes bem-humorados como “Te… amo, Te… quero, Te…quila” e “Estado civil: em manutenção”.
“Muito legal ter esse espírito de Carnaval assim em São Paulo”, disse Clarisse Gomes, 35, funcionária pública e que estava com quatro amigas.

Não houve estimativa oficial de público. Mas o Casa Comigo, que desfila pelo terceiro ano, foi certamente o bloco que mais atraiu gente neste pré-Carnaval paulistano até agora –as ruas Beatriz, em seus 300 metros de extensão, e quatro quarteirões da rua Pascoal Vita estavam intransitáveis.
Se o ânimo do público foi o aspecto positivo, a bagunça que resulta de tanta gente espremida em ruas estreitas foi a consequência negativa.
Ruas residenciais, por exemplo, estavam repletas de carros, alguns estacionados em local proibido. Flanelinhas cobravam até R$ 30. E o trânsito, numa anda-e-para, com moradores querendo sair e foliões querendo entrar.
Presidente do grupo Sossego Vila Madalena, o comerciante Tom Green diz que irá nesta semana ao Ministério Público denunciar excesso de barulho e cobrar fiscalização sobre o trânsito. Placas espalhadas pelo bairro orientavam motoristas a evitar a região.
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) orienta moradores a denunciar irregularidades via 1188.